terça-feira, 18 de dezembro de 2007

É em tempo de mudanças, preferencialmente das grandes, que as circunstancias nos trazem novos amigos e nos afastam de outros com quem até então partilhávamos parte da nossa vida. Mas nas grandes mudanças não é necessario que haja separação, nos dias de hoje distancia não significa necessariamente afastamento e eu sei-o, por experiência própria.
Atravesso a maior mudança da minha vida até então, foi uma mudança tão grande que até de país mudei. Pode não significar muito, podem dizer-me que quem foi para Lisboa está, de facto, mais longe das origens que eu. Mas estar noutro país, ainda que a uma hora de casa, significa muito. Significa, por exemplo, gastar 100 paus para mandar uma mensagem a um amigo, gastar muito mais para lhe ligar, ter que arrajar alternativas para entrar em contacto o maior número de vezes possivel. Mas, para mim, significa arranja-las mesmo! A conversa do "eu vou para longe, mas não vamos deixar de nos falar" não significa, como significa em muitos casos e para muitas pessoas "agora vou para longe e qualquer dia volto a ligar-te para saber como estás e dar notícias". Eu sinto muita falta dos meus amigos (nem vou entrar pelo campo da familia porque isso parece-me óbvio). Estive habituada a vê-los todos os dias e separar-me deles foi um choque e tanto. Mas arranjei, como sabia que teria que arranjar, outras maneiras para falar com eles e chegar ao fim-de-semana, completamente desfeita pela semana de trabalho, e arranjar forças sabe-se lá de onde para sair de casa no mais horrível dos frios e ir reencontrá-los. E esses são os melhores momentos da minha semana, de todas as semanas, ainda que descanse menos umas horas para os ter. E eles também.
Como já disse, combater a distância depende da vontade de ambas as parte e do empenho que têm nisso. Quando vim para Espanha, os meus amigos esqueceram-se das sms grátis e das promoções da TMN e começaram a mandar-me sms a 50 ou 60 centimos cada, esqueceram-se do que custa ligar para um número espanhol, porque de facto queriam falar comigo, queriam mandar-me uma mensagem. E vejo-os, com grande alivio e prazer, sentir tanto saudades minhas como eu deles. Mas saudade verdadeira, aquela saudade que quando a sentimos procuramos todas as formas de comunicar com o outro, de encurtar a distancia um bocadinho que seja, saudade que se revela em cada sms, em cada vez que me telefonam, em cada vez que falam comigo na net, em cada fim-de-semana que nos reencontramos. Porque a saudade, assim como a amizade, o carinho e o amor, demonstram-se.
Sempre, em tempos de mudança, há pessoas, coisas e situações que ficam para trás. É inevitável. Mas é incrível como apanhamos as maiores surpresas. Como nunca esperámos que aquela pessoa se afastasse tanto sem nunca mais fazer uma tentativa para matar as saudades, apesar das nossas investidas. É nestes momentos que as palavras são ocas. Dizer "Gosto muito de ti e tenho saudades" não significa nada se não tentarmos matá-las na primeira oportunidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora Eborae Mvsica

A Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora Eborae Mvsica (ou seja, nós) vai dar um concerto de ano novo dia 6 de Janeiro de 2008, pelas 18h00, no Teatro Garcia de Resende. Estão todos convidados a aparecer bem como a passar a palavra! Aqui fica o cartaz todo catita:




Mais informações destes concertos e dos outros todos no site do Eborae Mvsica

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

São escolhas

A escolha primeira de ir para Espanha estudar não foi a única nem a mais dificil que tenho que tomar neste meu caminho. Nem por sombras. Quando acabar este meu ano, supondo que entro em Medicina, há que escolher para onde quero ir viver, pelo menos, os próximos dez anos da minha vida. Se perguntarem isso a qualquer pessoa da minha turma, qualquer um deles lhes dirá "Badajoz, logicamente!". Pois para mim, é bem mais complicado que isso. Eu não quero ficar em Badajoz porque Badajoz não me faz feliz e quando digo isto a qualquer um deles eles olham para mim como se eu fosse um bicho ou como se sofresse de uma doença muito rara e muito contagiosa. Mas as pessoas não têm os mesmos objectivos, as mesmas ambições, as mesmas espectativas... não esperam o mesmo da vida. A maioria deles espera estrar em Medicina e ficar perto de casa... e só! Eu espero muito mais da vida e isso cria-me grandes problemas.
O que se passa é que Badajoz é, sim senhor, a uma hora de Évora e portanto a uma hora de casa, da minha familia, dos meus amigos, das minhas raízes. E isso deveria-me chegar para eu querer passar o resto da minha juventude em Badajoz, mas não chega. Não chega, porque me educaram para esperar mais da vida, para aproveitar o que ela tem de mais extraordinário sem me satisfazer com uma parte da felicidade. O meu único objectivo num futuro próximo não é entrar em Medicina, embora esse seja o maior. É também, e já era há muitos anos, viver num sitio que me podesse oferecer um estilo de vida que me permitisse aproveitar a minha juventude ao máximo. Passei alguns anos da minha vida a fazer muitos quilómetros para ir ver concertos que me agradassem, exposições, peças de teatro e durante todo esse tempo desejei chegar ao ponto da minha vida em que pudesse sair de Évora para ir viver num sitio que me pudesse oferecer isso todos os dias. Badajoz não é esse sitio.
Fui a Barcelona este fim-de-semana e apaixonei-me. Mas Barcelona é muito longe de casa e se em Junho entrar e decidir ir para Barcelona vai ser mais um aventura, desta vez maior. Só de pensar nisso fico com medo, é verdade! Mas também sei que não posso deixar que isso me afaste desses objectivos. Além disso, durante estes últimos anos aprendi que a distancia combate-se desde que haja vontade de ambas as partes. Tenho medo, demasiado medo de perder uma parte de tudo o que ganhei nesta vida ao ir-me embora daqui mas sei, no mais intimo de mim, que não posso deixar fugir esta vontade enorme de ir viver para um sitio assim porque daqui a uns anos vou-me arrepender muito e aí já não vai haver volta a dar, pois já não vou ter 18 anos. Se deixar fugir esta vontade, se não tiver coragem para cumprir aquilo a que acho que estou destinada, vou-me desiludir a mim própria.
Para já fico por Badajoz, uma frustração de cidade é certo, mas vou aproveitando a companhia de quem tanto gosto e a curta distancia que nos separa. Em Junho espero ter nota para entrar em Medicina mas não em Badajoz, assim a escolha é bem mais fácil!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

¡ QUEDA PROHIBIDO !

¿ Qué es lo verdaderamente importante?,
busco en mi interior la respuesta,
y me es tan difícil de encontrar.
Falsas ideas invaden mi mente,
acostumbrada a enmascarar lo que no entiende,
aturdida en un mundo de irreales ilusiones,
donde la vanidad, el miedo, la riqueza,
la violencia, el odio, la indiferencia,
se convierten en adorados héroes,
¡ no me extraña que exista tanta confusión,
tanta lejanía de todo, tanta desilusión!.

Me preguntas cómo se puede ser feliz,
cómo entre tanta mentira puede uno convivir,
cada cual es quien se tiene que responder,
aunque para mí, aquí, ahora y para siempre:

Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarme un día sin saber qué hacer,
tener miedo a mis recuerdos,
sentirme sólo alguna vez.


Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quiero,
abandonarlo todo por tener miedo,
no convertir en realidad mis sueños
.

Queda prohibido no demostrarte mi amor,
hacer que pagues mis dudas y mi mal humor,
inventarme cosas que nunca ocurrieron,
recordarte sólo cuando no te tengo.

Queda prohibido dejar a mis amigos,
no intentar comprender lo que vivimos,
llamarles sólo cuando los necesito,
no ver que también nosotros somos distintos.

Queda prohibido no ser yo ante la gente,
fingir ante las personas que no me importan,
hacerme el gracioso con tal de que me recuerden,
olvidar a todos aquellos que me quieren.

Queda prohibido no hacer las cosas por mí mismo,
no creer en mi dios y hallar mi destino,
tener miedo a la vida y a sus castigos,
no vivir cada día como si fuera un último suspiro.

Queda prohibido echarte de menos sin alegrarme,
odiar los momentos que me hicieron quererte,
todo porque nuestros caminos han dejado de abrazarse,
olvidar nuestro pasado y pagarlo con nuestro presente.

Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen más que la mía,
no saber que cada uno tiene su camino y su dicha,
sentir que con su falta el mundo se termina.

Queda prohibido no crear mi historia,
dejar de dar las gracias a mi familia por mi vida,
no tener un momento para la gente que me necesita,
no comprender que lo que la vida nos da, también nos lo quita.

Alfredo Cuervo Barrero.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Uma semana buédafiche

Já temos os canos arranjados, já temos net NOSSA, recebi dois 9,8 (relembro que a escala aqui é de 0 a 10) um a Matemática e outro a Quimica, no exame de formulação fui uma das unicas 5 pessoas a passar na turma com 1 exercicio errado em 40 e sexta-feira vou para Barcelona (sabado vou descarregar as energias todas com os Macacos!). Este é o resumo do inicio da minha semana, a melhor até hoje aqui em Badajoz. Depois de periodos horriveis, parece que tudo agora se está a compôr e a correr bem. Espero que esta maré alta continue. Beijos, gosto mesmo muito de voces. Comentem, exprimam-se pá!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Meus caros amigos

Hoje vou falar de vocês, porque comigo só se passam infortúnios. Bem, a escola vai bem e acho não podia ir melhor (isso é o mais importante não é?) mas a minha casa é um ninho de problemas, desde canos entupidos, a net que não funciona há um mês, a botijas de gás defeituosas que nos deixam sem gás para o banho logo segunda-feira de manhã. Enfim, apetece-me fugir daqui. Não me sinto bem nesta casa porque parece amaldiçoada, é sempre depressiva que volto todos os domingos e as segundas são para esquecer.
Já os fins-de-semana são um deleite. Por vossa causa (vá lá, vocês sabem exactamente quem são). Adoro a vossa companhia. Nunca me tinha apercebido (embora o soubesse, claro) porque passava os dias todos convosco. Agora estou umas horas por semana e quando essas horas acabam estou sempre ansiosa que passe uma semana para voltar a estar convosco. Não acham incrível como conseguimos dar a volta à separação? Cada um foi para seu lado e as experiências são tantas que crescemos imenso. Sim, porque se pensarem bem vão notar em cada um de nós muitíssimas coisas diferentes. E apesar disso tudo, de cada um crescer no seu próprio rumo, estamos a saber crescer juntos, estamos a acompanhar os crescimentos uns dos outros. Eu adoro chegar ao sábado à noite e reencontrar-vos, saber como vos correu a semana, saber das novas experiências e ter tantas saudades de estar convosco todos os dias. Adoro o brilho nos vossos olhos e, ainda que à distância, saber que estou a fazer parte do vosso crescimento. Adoro saber que se sentem tal como eu, que sentem a minha falta e uns dos outros tal como eu sinto.
Não é incrível que nos identifiquemos tanto uns com os outros? Somos todos tão diferentes (pensem lá) e há alguns que apensas se conhecem há um, dois ou três anos. Ainda assim, sinto que me identifico convosco mais do que com qualquer outra pessoa. É com vocês que eu sou genuína e é com vocês que eu sou totalmente feliz. É por saber que ao fim-de-semana vos vou reencontrar que aguento todas estas semanas super depressivas em Badajoz, com toneladas de problemas que não quero e que não são meus, mas com os quais tenho que lidar.
Quero continuar a acompanhar-vos, sempre. Quero, daqui a uns anos ir aos vossos casamentos, ainda que para isso tenha que fazer muitos e muitos quilómetros, quero ir assistir ao nascimento dos vossos primeiros filhos, e dos segundos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Gacela Del Amor Desesperado

Gacela Del Amor Desesperado

La noche no quiere venir
para que tu no vengas,
ni yo pueda ir.

Pero yo ire,
aunque un sol de alacranes
me coma la sien.

Pero tu vendras
con la lengua quemada
por la lluvia de sal.

El dia no quiere venir
para que tu no vengas,
ni yo pueda ir.

Peor yo ire
entregando a los sapos
mi mordido clavel.

Pero tu vendras
por las turbias clocas
de la oscuridad.

Ni la noche ni el dia
quieren venir
para que por ti muera
y tu mueras por mi.

Federico Garcia Lorca

sábado, 10 de novembro de 2007

Siempre Es Tarde - ONVI


Siempre hay algo en cada decisión
Que pierdes y también ganas
Estas cansado de tanto esperar
Tu sueno es tu revancha
Insiste siempre en busca de una solución
Enciende con fuego tu cama
Inutil es pensar que el tiempo ya pasó
Se ha ido y sin ella no hay nada

No es muy dificil saber hoy quien sos
Sal a ver lo que pasa
Tantas veces yo perdi mi amor
No ves que de eso se trata
No quiero ser cínico ni darte elección
Tal vez tengas que ver tu jugada
No quieras tatuar su nombre en tu piel
Tal vez esta vez no te sirva de nada
Y yo sigo queriendo creer en tu amor
Aunque hoy las cosas son como son
No busques exclusas. No hay nada peor

Siempre hay algo siempre hay más
Se te olvida y siempre hay que esperar
siempre es tarde para ver
siempre hay algo que te hará volver
Y te sigo
Siempre habrá tiempo para volver

La razón no es todo cuando no hay perdón
Necesito estar más lejos de tu casa
Antes que salga el sol
Si no hay más remedio escucharé tu voz
Sólo necesito que me escuches
Una vez más y me voy
No tiengo tiempo


Olá gente-que-quase-não-comenta! Está tudo bem?
Segunda-feira escrevi um post mas deixei-o no portátil, em Badajoz, por isso esqueçam lá isso. A net do vizinho desapareceu, ele deve-se ter dado conta que lhe andavam a usar a net e deve ter tomado medidas. Quanto à nossa, lá para Janeiro a situação deve estar resolvida. Cada vez que descobrimos um dado novo, piora tudo. Mas não vamos falar disso, pode ser?
Tenho saudades. A net mantém-me perto de muitas pessoas e não ter net durante a semana e chegar a casa e só poder estar cá dois dias é complicado. De resto não há grandes novidades comigo, muito trabalho como sempre. Para a semana começo os testes e já andamos a preparar a viagem a Barcelona. Mal posso esperar, vai ser um escape e tanto. Enfim, espero que esteja mesmo tudo bem convosco. :)
Beijinhos de uma pessoa muito cansada*

PS: Descubri o que é coño. Equivale a um sinónimo feio dos orgãos genitais femininos, mas eles dizem-no a boca cheia no horário nobre da televisão. São uns badalhocos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Somos los Conguitos y estamos requete bién!

Estando na aula de espanhol a falar de prefixos tipo archi-, requete-, re- (tão estúpidos como muitas expressões espanholas) que se juntam às palavras para lhe aumentar o significado, alguém começou a cantar isto:



E eu achei piada.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

29 Out

Olá gente!
Vocês devem-se estar todos a perguntar o que é feito de mim. A verdade é que tenho tido alguns problemazinhos (inhos!!!) com a net cá em casa e ao fim-de-semana, já se sabe, é sempre para tentar aproveitar ao máximo. Não temos net basicamente há uma semana porque a Telefónica é una mierda e não sabemos quando vamos ter. Estamos a pagar entretanto, mas não conseguimos falar com o apoio técnico nem nada. Enfim, é só stresses! Andamos a roubar a net ao vizinho (bendito PedroJB) mas mesmo isso só dá em raros momentos.
Já temos uma nova companheira de casa. Antes desta tivemos outra durante um dia e uma noite, na primeira semana em que deixei de aqui escrever, e que por acaso até foi a pior semana da minha vida. Vamos passar esse episódio à frente porque vocês não precisam de saber de desgraças. A nossa nova companheira é a Mónica (portuguesa! Tivemos alta sorte), tem 25 anos e trabalha no Centro Hípico de Badajoz. Tirou o curso em Elvas e os pais estão a viver no norte de Espanha. Mudou-se cá para casa de armas e bagagens o que para nós é óptimo sinal, já que quer dizer que quer mesmo cá ficar e que desta vez não deve haver grandes confusões.
O trabalho continua a um ritmo estrondoso. A semana passada levamos com um discurso da Lupe que eu adorava ter gravado, para poder ouvir todos os dias. Nós queixamo-nos que não tínhamos tempo para estudar tudo e daí a conversa passou para “Estamos cansados! Temos sono! Vocês mandam muitos trabalhos” e outras coisas que tais. Vou tentar reproduzir o que ela nos disse, mas só ouvindo! Disse que nós íamos sempre sentirmo-nos asfixiados com o trabalho mas que, quer acreditássemos quer não, essas são as alturas em que temos mais tempo. Que esta foi uma escolha nossa e que é completamente paralelo ao secundário ou à universidade, que não podemos estar à espera de ter momentos de descanso, de lazer e de diversão como se ainda estivéssemos no secundário ou como se já estivéssemos na universidade. É um ano em que temos que mudar as nossas prioridades por completo. Estamos ali para ser os melhores dos melhores e que quem não tinha capacidades e preparação já não estava ali (nas ultimas semanas foram caindo como tordos).
Disse-nos muitas mais coisas que eu tenho pena de não conseguir reproduzir devidamente aqui. Foi como um abanão horroroso na altura, apesar de fazer todo o sentido. Eu já sabia aquilo tudo, todos sabíamos. Mas esta responsabilidade que este ano estamos a tomar em braços é tão só nossa e é tão grande que sempre que alguém nos chama a ela é como que um balde de água fria. Sabemos que não depende de mais ninguém e, mais importante, sabemos que não vamos ter outra oportunidade de nos tornarmos no que ambicionamos, de concretizarmos aquilo que vai ser uma grande parte da nossa realização pessoal. Sabemos que, depois disto, não há mais nada e, por isso mesmo, tudo tem que correr bem até ao último pormenor. Por isso temos que ser os melhores dos melhores… em tudo!
Quando vim para aqui e depois de me estabelecer, de entrar no ritmo, senti-me como um comboio a entrar nos carris que o levarão ao caminho correcto. A força que sinto todos os dias é enorme. Não exito por um momento na altura de passar 12, 13 ou 14 horas a estudar por dia. Faço e cumpro tudo como uma máquina, sem quebras de ritmo. Tenho perfeita noção que é um pouco desumano a forma como fazemos tudo (não há outra forma de o fazer), mas enquanto o faço não me queixo por um instante. Meto no modo automático e lá vou eu. Sei que é isto, é mesmo isto que é preciso. Não vos sei explicar o que sinto e sei que nunca ficarão a sabe-lo com clareza. É uma força que não é preciso criar. Não preciso de acordar todos os dias e arranjar forças. Cumpro como uma máquina, acho que é de facto a melhor comparação. No fim do dia queixo-me, estou desfeita e farto-me de reclamar com os quilos de trabalho. Mas enquanto trabalho não me sai um único queixume.
Tenho pena de perder tanto tempo que dantes tinha para outras coisas. Fico sempre triste por não ter tempo nem para dar uma palavra aos meus amigos. Tenho pena por só conseguir tocar violino ao fim de semana. Já não tenho tempo para o teatro, experimentei-o este fim-de-semana e sei agora melhor que nunca, que assim não dá. Ir a Ovar fazer uma peça trocou-me o ritmo todo. O fim-de-semana é a altura em que descanso, a única altura. Durante a semana posso dormir mas nunca descanso, sem ser nessas horas. O fim-de-semana é a altura de estar com os amigos e com a minha família e também de estudar mais um pouco. Fui fazer a peça a Ovar e mesmo indo e voltando no mesmo dia já não descansei devidamente, não estudei e muito menos tive com os meus amigos. Sim, este ano é uma total mudança de prioridades. Tenho pena, mesmo muita, mas já sabia que ia ser assim. Avisei, fartei-me de avisar e ninguém me levou a sério, como já me vou habituando. O muito pouco tempo livre é difícil de gerir e não pretendo abrir mão do tempo que posso passar com os meus amigos e família.
Foi uma escolha, totalmente minha e a mais séria e mais difícil da minha vida, vir para aqui. Das pessoas que gostam de mim só posso esperar que compreendam e que me recebam bem sempre que tiver um momento para eles e dos outros, bem dos outros não posso esperar grande coisa… nem quero.
Depois deste testamento enorme que acabou por ser só conversa da treta e que não posso postar porque a net do JB não está para conversas connosco, vou estudar espanhol.

Beijos grandes!* Não deixem de cá vir ainda que eu deixe posts raramente.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

10 Out

Tenho um quarto novo e agora precisamos de mais uma pessoa para a casa. Hoje quando chegamos a casa o quarto do António estava vazio e não havia coisas deles em lado nenhum da casa. Foi-se embora e ainda por cima sem dizer nada a ninguém, enquanto estavamos nas aulas, mesmo para não nos enfrentar, que falta de carácter! Ficámos furiosas, a casa está paga até ao fim do mês mas se não encontrarmos ninguém até lá, o mês que vem temos que pagar mais, embora o António tenha assinado um contrato de contrato de 9 meses (assinou o contrato e na semana a seguir foi-se embora). Agora quem fica a arder somos nós. Falámos com a Lupe e ela também pareceu muito chateada por ele ter ido sem dizer nada. O argumento foi que não estava a aguentar o ritmo, mas na verdade ele nunca fez nada no tempo que cá esteve. Passava as tardes em frente à TV e as noites em prente ao PC enquanto nós estudavamos. Já tinha andado na Academia em Setembro e desistiu, passado uns tempos voltou. Os pais pagaram-lhe a casa, compraram-lhe um portátil e um telemovel espanhol. Increveu-se no ginásio e pagou 30 euros para lá andar um mês. Nunca lá foi. Há pessoas que realmente não têm respeito nenhum pelos outros.
Enfim, o bom disto tudo é que me mudei para o quarto dele e agora é que eu estou mesmo bem. É muito mais luminoso e a mobilia é muito melhor. Tenho que tirar umas fotos, mas esqueço-me sempre da máquina em Évora. Têm que me ir lá visitar.
Depois daquela Segunda-Feira complicada fiquei muito melhor. Hoje a Lupe disse que estava a trabalhar muito bem para me pôr a par de tudo o que foi dado antes de vir e que estava muito contente com o meu trabalho. Entregou uma análise de um texto que nos pediu para fazermos e lá estava escrito que devia continuar a trabalhar assim, que ainda ia escrever muito bem em Castelhano. Fiquei mesmo contente, porque isto significa que o meu esforço está a resultar. Além disso fizémos um teste surpresa de Química que me correu mesmo bem.
Enfim, esta semana vou mais cedo para casa porque Sexta é feriado em Espanha. :p
Afinal vou ao concerto. Não ao de Madrid mas ao de Barcelona. Cheguei a casa furiosa e comecei a ver voos low cost. Disse à minha mãe que os bilhetes de Madrid estavam esgotados mas que os de Barcelona não estavam e a minha mãe disse “compra!” e eu comprei. :)))

9 Oct

Esqueçam a cena do concerto. Hoje fui ao fórum deles e alguém disse que os bilhetes estavam esgotados. Corri até ao Carrefour e quando a mulher me disse que já não haviam bilhetes disse mal da minha vida toda!

Agora vou estudar. Para variar.

8 Oct

Olá a todos, se é que ainda cá vem alguém.
Bem, basicamente, e como vocês já devem ter percebido, a minha net tem uns problemazinhos a publicar posts grandes e isso irrita-me. O que sucede é que eu não os publico, pura e simplesmente, porque fico muito irritada com aquilo e não tem jeito nenhum andar a escrever às pinguinhas, acabo por não dizer nada do que quero.
Como eu não quero acabar com o blog, nem deixar de dar noticias, decidi que vou escrevendo tudo durante a semana no Word e depois publico no fim-de-semana, bale?
Já passou imenso tempo desde que escrevi pela última vez (acho eu, pelo menos os dias aqui custam muito a passar, menos o fim-de-semana) mas não há realmente grandes coisas a dizer. Esperei vir para Badajoz não só, para trabalhar muito, mas também para conhecer outra cidade, vivê-la e não apenas viver nela e poder desfrutar ao máximo do que ela me poderia dar. Pois digo-vos que, neste momento, dentro do meu dia-a-dia, isso é completamente irreal. Conheço o caminho para o Carrefour, o caminho para a Academia, o caminho para o ginásio e vá, aqueles sítios onde outro dia fomos passear. Para além disso não conheço nada, não saio de casa e mal vejo a luz do dia (sem ser à saída das aulas). Não é preguiça, é mesmo falta de tempo. Passamos a manhã, até as 14h, nas aulas e depois passamos o resto do dia e noite a fazer tudo o que temos que fazer para o dia seguinte, a lavar a loiça, a comer ou em situações desesperadas, a ir comprar comida. Hoje quase não tínhamos trabalhos e podia ter saído mas depois de sairmos tardíssimo das aulas o tempo que me restou foi para ir ao supermercado fazer as compras que já andava para fazer ao tempo e o que sobrou foi para fazer os trabalhos. Estou frustrada, mas é mesmo só por isso, por os dias não terem mais tempo. Quanto ao ritmo de trabalho acho que é perfeitamente normal, já que temos objectivos grandes e para os quais precisamos de trabalhar em pouco tempo. Faz-me tanta falta sair de casa que as pessoas que vivem comigo já acham que eu estou zangada com elas, já que passo o dia sem quase falar e de olhos baixos. Estou mesmo chateada, mas parece que vou ter que me habituar a não poder respirar o ar da rua nem ver a luz do Sol.
Em contrapartida os fins-de-semana são muito bem aproveitados e passam num instante. Passo a semana a contar os dias que faltam para ir para Évora. Sinto falta da minha mãe, do meu pai, da minha irmã, da minha casa e das minhas coisas e este fim-de-semana percebi a falta que me fazem os meus amigos, senti-o como um balde de água fria. Costumava vê-los todos os dias e já passou aquele período de férias em que estava habituada a não os ver. Este fim-de-semana adorei estar com eles, desfrutei cada segundo. Adoro saber como vão, como estão, o que se divertem, das festas onde vão, das aulas que têm e fico um bocadinho triste sempre que sei que se juntam na casa deste ou daquele lá em Lisboa para jantarem ou passarem algum tempo junto. Gostava de ter entrado em Lisboa, dantes achava que era para me poupar a este ano mas agora tenho a certeza que é pela falta que os meus amigos fazem na minha vida. Dou-me bem com as pessoas daqui mas ninguém parece muito dado a semear grandes amizades, cada um está demasiado concentrado no seu trabalho e nas suas saudades de casa, da família e dos amigos que deixou para trás para que lhe apeteça fazer amigos. Não os censuro, eu sinto o mesmo, dou-me bem com eles mas quero os meus amigos porque são eles que me fazem sentir em casa e esta não é a minha casa. Hoje apeteceu-me todo o dia estar sozinha, sair para a rua sozinha de fones nos ouvidos e enfiada nos meus pensamentos, apetecia-me imenso viver sozinha cá em casa. Sozinha. Não me apeteceu falar com ninguém, ver ninguém, apesar da convivência mínima ser obrigatória. Por isso é que é tão importante ler os comentários aqui. Chego à net e os meus amigos estão todos offline, a minha caixa de correio está vazia, o telemóvel sem uma única mensagem. Mandem-me mails (para o sapo que a minha maravilhosa net não abre o Hotmail – jffpachecoviana@sapo.pt), reservem 5 minutos do vosso agitado dia-a-dia para me dizerem um “olá” que seja, para me dizerem como correu o dia ou a semana, ou simplesmente para dizer “hoje não fiz nada”. Aqui as semanas parecem meses e eu sinto-me mesmo sozinha.


Entre o roll de infortúnios de quem está longe de tudo, há boas notícias. Provavelmente vou ver os Arctic Monkeys a Madrid. A minha mãezinha disse que se calhar me podia leva e já anda a ver de tudo e hoje fui ao carrefour aqui mesmo ao pé de casa e vendem lá os bilhetes.  Vai-me fazer tão bem!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Terça, 2 de Outubro de 2007 - II

Hoje já tivemos Inglés, Matemática e Quimica e trouxemos montes de trabalhos de Matemática e Quimica.
A pronúncia do prof de Inglês é de rir... diz háppy e unháppy. Não disse muito mais coisas mas adivinham-se aulas a tentar não me rir às gargalhadas e mesmo assim ele deve ser dos melhores espanhóis com pronúncia inglesa.
Hoje já vou às aulas de step, depois conto já que isto tem que ser editado assim aos bocadinhos... :\
Besos

Terça, 2 de Outubro de 2007 - I

Ontem não tivemos nem Química nem Matemática porque a professora tinha a filha doente, mas conhecemos a professora de Biología. Pareceu-me fixe, mas muito carrancuda... aliás hoje percebemos que nenhum dos professores tem nada a ver com a Lupe.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Choque

Acabei de ver Os Simpsons dobrado na TV... Não vou comentar.

Sexta, 28 de Setembro de 2007 - IV

(Este post foi escrito na Sexta)


Ontem limpamos a casa toda, não custou muito. O meu quarto é tãããão mais simples que limpar que o meu outro quarto. Como é mínimo é num instantinho, tinha que ter alguma vantagem.
Esta semana fue muy facil, finalmente começo-me a sentir bem nesta casa. Enquanto escrevia este post estava a ouvir Ornatos e surgiu a frase "E o melhor é que aprendi: a minha luta é por aqui. Voltamos a pisar o chão" e acho que é isso mesmo!

Beijos

Sexta, 28 de Setembro de 2007 - III

(Este post foi escrito na Sexta)


Na Segunda começamos as aulas de todas as disciplinas. Só temos aulas de manhã mas vai ser duro. Matemática, Quimica e Espanhol todos os dias! Biologia três vees por semana e Inglés duas (eheheh). Estivemos a ver os feriados espanhóis até Dezembro e são mais que os portugueses \o/ e tenho férias de Navidad até dia 7 de Janeiro. Já combinamos para a semana juntarmo-nos todos e irmos sair e dar uma volta por aí à noite, quer acreditem quer não tem sido impossivel com todo o trabalho que temos tido.

Sexta, 28 de Setembro de 2007 - II

(Este post foi escrito na Sexta)


Tivemos um bom debate e eu fartei-me de falar (em español, claro!!!) e ontem passei no teste das verbos \o/. Mas agora tenho que passar o fim-de-semana todo a treinar o som que eles fazem com os c's, com a lingua entre os dentes. Es muy dificil.
Ontem fomos ao centro e aquilo é mesmo giro, nada comparado à zona onde vivo que é bem calminha. Muita gente, muitas lojas, muitas heladarías e muito movimento. Já me inscrevi nas aulas de step e já achei uma loja cujo nome é CARAMELOS, tenho que lá ir comprar caramelos para toda a gente que me anda a moer as ideias com isso. Ainda não é esta semana, para a proxima.

Sexta, 28 de Setembro de 2007 - I

(Este post foi escrito na Sexta)

Hoje vou voltar para casa WE EEEEEE, tudo o que nós cá queremos ouvir é "Hoy es Viernes", parece que toda a gente fica mais feliz à Sexta-Feira pois vamos todos para casa, até as aulas são outra coisa! Hoje foi apresentado um trabalho sobre a eutanásia e qual não é o meu espanto quando perguntam quem estava a favor da eutanásia e toooooooooooda a gente levantou o braço. Cada vez gosto mais da minha turma, são abertos de ideias e têm muitas comuns às minhas, acho que não estava à espera disso.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Má Sorte

Tentei ver tv portuguesa pela net e o único canal que consegui ver foi a Sic. Melhor, melhor é que apanhei á hora da Floribella! Que pontaria... (queria ver a novela da tvi logo à noite mas não consigo mesmo conectar-me...)

Já tenho net - 2

As inscrições já tinham fechado e ficamos de voltar lá hoje, mas como vieram pôr a net está-se mesmo a ver que não fomos.
Agora vou ficar agarrada à net, mas tenho verbos para estudar e umas fichas para fazer (as que não fiz ontem... eram 30 paginas de exercícios!!!)
Já vi uns quantos episódios do Seinfeld aqui no pc que andava há meses para ver, hoje parece-me que vou ver mais em vez de dormir a siesta (quando acordei de manhã jurei a mim própria que hoje dormia a sesta, mas não me parece).

Já tenho net - 1

Weeeeeeeeeeeeeeee. Já tenho net. É muuuuito lenta e não me deixa postar posts grandes aqui porque fica logo marada mas vou postar aos pouquinhos para isto não ficar maluco.
Já estamos os 4 cá em casa, até agora está a correr muito bem.
Segunda à noite fomos dar uma volta pela Sinforiano, que ainda é a única zona que conhecemos.
Fomos ao Mac comprar um McFlury e não têm de Baci!!! Mesmo ranhosos. Ontem fomos ao Pavilhão Municipal para ver se nos inscreviamos numas aulas porque lá são muito baratas.

sábado, 22 de setembro de 2007

Mensagem rápida

Adoro ler os vossos comentários por isso escrevam à vontade e contem-me tudo!
Desculpem ter deixado tanta informação seguida dos últimos dias mas como não tive net e como se passou tanta coisa...

Beijos!

Sexta, 21 de Setembro de 2007

Na aula de Sexta já me senti mais à vontade. Fizemos um ditado e não errei quase nada, aquilo apanha-se bem o pior é mesmo conjugar os verbos. Quando saimos a Lupe perguntou se queriamos alugar aquele quarto livre a mais alguém porque havia um rapaz que não tinha casa ainda e que ia começar as aulas na Segunda. Conhecemo-los e à mãe. Chama-se António e pareceram-me os dois, ele e a mãe, muito fixes. São de Borba e a mãe dele vai lá muitas vezes a Badajoz em trabalho o que é bom para se precisarmos de alguma coisa. Disse-me logo que se alguma vez a minha mãe não pudesse ir lá buscar-me que iamos com eles até Borba e depois apanhava lá o autocarro, o que vai dar bastante jeito algumas semanas.
Gostaram da casa e disseram que queriam alugar o quarto. Refizemos todas as contas e daquilo que paguei vou reaver mais de 50 euros. Vai ficar bastante mais barato assim, tendo em conta que ele vai dividir tudo connosco, até a Internet.
Depois de eles sairem fizemos as malas porque a Mariana ia ficar em Évora comigo nessa noite porque só tinha autocarro para Torres Vedras hoje. A minha mãe foi-nos buscar e quando cheguei a Évora fui direitinha ao ensaio da minha Orquestrazinha. Ai que saudades, foi a melhor coisa da semana. Já tinha muitas saudades dos nossos ensaios e de tocar com eles, diverti-me mesmo muito. Segunda volto para lá e vou começar outra semana, veremos como corre!

Quinta, 20 de Setembro de 2007

Quinta já fui às aulas. Fiquei a apanhar do ar porque eles já estão muito adiantados. Por sorte foi um dia calminho porque um grupo tinha um trabalho para apresentar sobre o poder da Igreja e ainda tivemos um debate muito interessante durante a aula. A Lupe arece-me uma mulher muito interessante, tem ideias muito correctas e que são comuns às minhas. É muito para a frentex e eu gosto muito de a ouvir falar. Torna as aulas muito interessantes e dá-se bem com todos nós, mas também é muito exigente, o que é bom. Este fim de semana trouxe quilos de matéria para estudar, quilos de verbos para conjugar e uma composição para fazer (medo!). A minha turma, só de portugueses, parece ser fixe. Ainda não falei com quase nenhuns mas acho que me vou dar bem com eles.
Depois das aulas, eu e a Mariana fomos às compras comprar as coisas para limpar a casa e assim. Acabamos por comprar um óda Movistar, o mais barato que lá havia. Escolhemos um serviço em que podemos telefonar para Portugal, das 20h às 8h por 15 cêntimos por minutos e mandar sms a 25 cêntimos, o que é uma grande vantagem em relação ao roaming (não temos rede portuguesa na nossa casa, apesar de se apanhar rede em muitos pontos de Badajoz). Quisemos saber da net porque queríamos muito comunicar, mas lá é uma grande confusão. É preciso ter uma conta espanhola há mais de não sei quanto tempo, ou seja, tem que ser um espanhol a fazer o contrato.
Quando a Isabel foi lá a casa para buscar algumas coisas dela perguntamos se sabia como poderíamos fazer para ter net e explicamos-lhe a situação. Ela disse que fazia o contrato desde que assumíssemos todas as despesas e telefonou logo para a Telefónica e eles informaram-nos de tudo. Ainda vamos ter direito a uma promoção! Portanto, para o fim da próxima semana, se tudo correr bem, já tenho net em casa.
Na Quinta começaram a bater as saudades... não eram mesmo saudades por estar há muito tempo sem ver ninguém, mas acho que só Quinta me apercebi que agora difícilmente voltaria a viver na minha casa em Évora a tempo inteiro, porque para o ano vou entrar numa universidade espanhola, se tudo correr bem. Emocionei-me um bocadinho mas controlei-me e pensei que se era mesmo isto que eu queria, tinha que ser assim. A Mariana telefonou para casa já com o telemóvel novo e desatou a chorar, também lhe caiu a ficha e percebeu o mesmo que eu.
Jantámos salmão com batatinhas cozidas. Estava mesmo bom, safamo-nos bastante bem. Pelo menos eu e ela estamo-nos a entender bem lá em casa.
Passei horas a passar o caderno da Tatiana e a fazer os trabalhos para Sexta e não consegui acabar tudo, mas já fiquei mais esclarecida e no dia seguinte já me safei muito melhor. Fui-me deitar estafadissima na minha cama mal montada (tinha uma trave a atraverssar-me as costas, não sei quem terá sido a inteligência que montou aquilo assim, mas eu e a minha mãe já a montámos como deve ser).

PS: Comprei bostik e já tenho as vossas fotos coladas na parede do meu quarto (para dizer a verdade, metade delas são do meu sobrinho) e já pus a minha colcha pintada pela Ana e pela Sara na cama (não levei as almofadas porque com o tamanho daquele quarto, iria ficar muito atafulhado). Está com um ar muito mais "meu" e assim gosto muito mais dele. Ainda me faltam algumas fotos mas ainda tenho que as escolher.

Quarta, 19 deSetembro de 2007

O dia começou e a minha situação estava a melhorar muito. Telefonei à Mariana e à Tatiana que estavam em Badajoz, porque elas tinham casa onde ficar até arranjarmos uma, eu é que não. Elas disseram-me que a Lupe (a nossa directora e professora, vou falar dela depois) tinha telefonado para a agência e que a senhora da casa e a senhora da agência tinham lá ido. A senhora da casa (Isabel) todo o tempo lhes fez sinal para elas não dizerem que ficavam com a casa, pois ela também achava um abuso os 500 euros que a agência pedia e iria-nos alugar a casa sem passar pela agência.
Mais tarde fui para Badajoz e fomos ver a casa. Ficámos logo com ela. É espaçosa, o meu quarto é pequenino mas eu gosto dele, a sala é enorme e eu gosto de me pôr à janela que dá para a rotunda dos repuxos a estudar porque a janela é grande e quando está calor está-se ali mesmo bem a estudar. O único problema é que o restaurante por baixo da nossa casa cheira imenso a fritos e quando cheira mais não podemos ter a janela aberta porque é muito enjoativo :s. A nossa senhoria é um espectáculo, mas fala pelos cotovelos. Deixou-nos ficar naquele mesmo dia na casa, apesar dos inconvenientes que isso lhe trazia, porque ainda não tinha tirado nada da casa. Disse-nos que estava ali para nos ajudar em tudo, que mudava o que quisessemos na casa, que nos metia um microondas e que se quisessemos fazer da outra salinha um quarto para outra pessoa ela mudava a mobilia e ainda que se estivessemos doente ou precisassemos de alguma coisa era só ligar-lhe que ela vinha logo. É licenciada em História e trabalha na Universidade e tem um gosto terrível para decoração... parece-me que é o único problema da casa.
Enfim, nesse dia já lá fiquei. Eu e a Mariana, porque a Tatiana ainda iria ficar na outra casa. A Mariana é uma porreira. Fui ao Carrefour com os meus pais comprar o que precisava e quando voltei ela já tinha limpado a cozinha toda sozinha. A casa estava um bocado suja (para não dizer mais) e nestes dias fomos percebendo que os Espanhóis são um bocado badalhocos em relação às limpezas, outra coisa que não gosto neles (por falar nisso Francisco, eu já sabia que o café era assim por isso comprei uma máquina e compro pacotes de café Delta no Carrefour de lá, porque o nosso café é mais barato lá). Acabamos de limpar a cozinha e dar uma limpeza geral aos nossos quartos, jantamos e fomos dormir. É excusado dizer que dormi muito melhor sabendo que no outro dia já iria às aulas.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Terça, dia 18 de Setembro de 2007

Passaram quatro dias e há muitas novidades para escrever, por isso vou começar pelo principio.
Na Terça-Feira fomos para lá muito cedo, eu e a minha mãe, porque supostamente iamos ver outras casas para que se a do tal senhor não nos agradasse, teríamos sempre outras hipóteses. Fomos cedíssimo, tendo em conta que só iríamos ver a dita casa às 22h, e esperavamos que a Tatiana fosse ter connosco. Mas ela teve um problema qualquer em Almeirim e só conseguiu mesmo estar lá à noite. Ficámos lá a secar até conseguirmos falar com ela e ela dar-nos o telefone da outra rapariga, a Mariana, que iría dividir casa connosco. Lá fomos ter com ela e conhecemos a família toda que também lá estava. Não vimos casas nenhumas porque a Mariana e a família tinham que ir comprar umas coisas. Eu e a minha mãe pareciamos maluquinhas, sem saber o que fazer naquelas horas todas e acabamos dentro o carro a jogar ao stop, vejam lá o desespero.
As horas lá passaram e fomos ver a casa do senhor, já a três juntas. A casa era porreirinha e muito perto da Academia mas era um T4 com apenas uma casa de banho e se ficassemos só as três teríamos que pagar os 600 euros à mesma e não os 450, o que dava 200 euros a cada uma. Cá em Portugal não é muito caro, mas em Badajoz é um abuso! Se metessemos outra pessoa teríamos só uma casa de banho para os quatro.
Saímos de lá dispostas a arranjar outra casa mas já eram dez da noite e eu precisava começar as aulas o mais depressa possível. Então a Tatiana disse que tinha ido ver uma casa melhor que aquela, também um T4 mas com duas casas de banho e melhores condições e que a senhora só pedia 500 euros. O problema é que tinha sabido da casa por uma agência, que levava uma comissão de 500 euros, o que com a caução dava 1500 euros no primeiro mês. Corremos o prédio todo desse apartamento à procura dum vizinho que tivesse o número de telefone da senhora para falarmos directamente com ela, mas ninguém tinha.
Este foi o pior dia para mim porque vim para Évora mesmo em baixo e desmoralizada. Estava sem casa e precisava de começar as aulas porque eles já estavam em aulas desde dia 3 de Setembro. Nessa noite não consegui dormir de tão ansiosa e preocupada, mas no dia seguinte as coisas começaram a melhorar muito.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Os pontos positivos e negativos da visita a Badajoz

Pontos positivos:

-As pessoas são extremamente simpáticas, atenciosas e prestáveis (tirando a senhora da caixa do supermercado que era uma horrorosa). Não estou habituada a pessoas tão simpáticas nas lojas e cafés, muito menos aqui em Évora. Começando pela directora da Academia que me explicou tudo e se mostrou muito atenciosa (ao ponto de conhecer todos os alunos e o percurso daqueles que já sairam há vários anos da Academia, como a Beatriz, por exemplo), passando pela senhora do café que me explicou que podia encontrar anuncios de casas para alquiller nos postes da rua (calle) e nas cabines telefónicas, até à senhora da papelaria a quem perguntei se tinha mapas (planos) de Badajoz e que disse que não mas que me podia explicar como chegar até onde eu quisesse ir. Dizem olá a toda a gente que entra nos sítios e no fim dizem sempre hasta luego.

-Os horários, adoro a hora da siesta onde não se vê ninguém na rua e adoro que as lojas estejam abertas até tão tarde. Adoro também que vivam o dia-a-dia até altas horas da noite.

Pontos negativos:

-Quase não há cafés abertos de manhã.

-O transito é caótico, existem rotundas que se podem fazer nos dois sentido e não se percebe nada.

-A comida, para além de ter nomes que não se percebe do que é, é uma porcaria.

Acho que não me lembro de mais nenhum!

A procura

Já estou inscrita! Acabei por me inscrever na Santisteban, aquela que é só para portuguesas, e ainda bem! É mais cara mas a primeira impressão foi muito boa. Fomos recebidas (eu e a minha mãe) pela directora que é uma mulher muito bem parecida e muuuuito prestável e simpática. Explicou-nos tudo! Que estão num curso intensivo de Espanhol até dia 1 de Outubro e que aí começamos a dar as outras disciplinas todas. As aulas já começaram e eu vou ter que me actualizar e começar a ir o mais depressa possível. Antes tenho que arranjar casa, que ainda não arranjei, mas já tenho duas raparigas que vão partilhar uma casa comigo.
Quando disse à directora se sabia de alguma casa ela disse logo que havia outras alunas à procura e deu-me o número da Tatiana, que é de Almeirim. A Tatiana, que não conheço pessoalmente apenas por telefone, é muito simpática e disse-me que outra rapariga que também se inscreveu hoje queria partilhar a casa connosco. Eu era a única que estava em Badajoz na altura por isso andei à procura de casa, mas não tive muita sorte porque fui procurar à hora da siesta. Mas por fim a Tatiana lá me deu o número de um senhor que queria alugar uma casa a estudantes na Avenida Sinforiano Madroñero que é uma Avenida grande, logo à entrada de Badajoz e que fica muy cerca da Academia.
Quando cheguei a Évora telefonei ao senhor e comprovei que o meu espanhol é péssimo e que eles falam tão rápido que temos que pedir para repetir todas as frases. Mañana vamos ver a casa, às dez da noite que é quando ele nos pode ir lá mostrar (adoro os horários dos espanhóis). Antes vamos para lá ver se conseguimos ver outras. Espero que encontremos rápido porque enquanto não tiver casa não posso começar as aulas e já estou a perder muitas. Estou contente por já ter companheiras de casa, por já estar inscrita e por já ter uma máquina de café que comprei hoje por 10€ no Feira Nova (sem café é que eu não vivo!). Agora estou preocupada que a casa não tenha ferro de passar e microondas (espero que tenha tudo o resto) e não me esqueço nunca que tenho que comprar papel higiénico!!! Já sonhei com o papel higiénico e tudo.
Bem, agora vou imprimir muitas fotos da minha família e de voces, meus amigos, para levar para lá!

P.S.: Embora não saiba ainda onde vou ficar já tenho uma lista enorme de coisas para levar há já alguns dias e hoje vou começar a pôr tudo na mala porque assim que tiver casa quero começar a ir às aulas!

domingo, 16 de setembro de 2007

Nota:

Quase toda a gente me deu os parabéns por não ter entrado em Portugal. Acho que esses foram aqueles que perceberam o quanto eu feliz fiquei por ir para Espanha!

Sozinha

É assim que, afinal, embarco nesta viagem. A Filipa que era para ir comigo para Badajoz, afinal não vai e vai ficar cá a melhorar Matemática. Assusta-me um bocado mais ter que ir sozinha, principalmente a parte de arranjar casa, mas sei que estão lá muitos portugueses e até já conversei com uma rapariga, a Sara, que era lá da escola e que já lá está. Ela está na Academia Santisteban e eu, em principio, vou para a Torrente Ballester, mas já tenho o número dela e ela o meu se ela souber de alguém que precise de uma pessoa para uma casa vai-me avisar.
Amanhã vou com a minha mãe a Badajoz e vou-me inscrever na Academia e começar a procurar casa. A Beatriz agora não está lá e portanto também não posso contar com a ajuda dela por agora. Já lhe perguntei como eram os transportes, porque não consegui achar mesmo nada na net. Ela diz que são escassos (um autocarro Sexta-Feira de Badajoz para Évora e que não é garantido e outro que faz a viagem inversa ao Domingo) mas que há sempre boleias! Acho que o que tenho que fazer é mesmo começar a comunicar com os portugueses que lá estão. Sei que na Santisteban são 15, foi o que a Sara me disse.
Por agora, quero mesmo arranjar sítio para ficar e inscrever-me na escola, isso vai-me dar segurança e estabilidade. Depois, a mudança, vai ser outra etapa e aí logo se vê.

Amanhã dou notícias, desejem-me boa sorte com a casa!

Beijinhos*