quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Apercebo-me agora que nunca fui tão infeliz na minha vida como sou desde Setembro. Nunca estive tão solitária, nunca senti tanto como agora que a minha vida passa em vão, nunca chorei de desgosto e cansaço tanto e tantas vezes. Em Abril os 18 já terão ido e numa retrospectiva por este ano concluo que não fiz nada de extraordinário. Os meus 18 anos foram tristes e medíocres e penso se não deveria ter-me poupado a tanto esforço. A grande lição deste ano é que a busca deste sonho, de entrar em Medicina, não é tudo o que existe na minha vida e eu não posso deixá-lo tomar conta dela. É uma infinitésima parte e para seguir este objectivo acabei por abdicar de todas as outras partes da minha vida que, no fundo, eram aquilo que fazia de mim uma pessoa feliz. Já me disseram que sou nova e que tenho a vida pela frente, mas a verdade é que nunca mais vou ter 18 anos e eu acredito que cada idade, especialmente estas idades, têm os seus momentos extraordinários que não devemos deixar passar.
Decidi, há uns dias atrás, que não vou fazer os exames espanhóis e que vou optar por me candidatar de forma directa. Não há dúvidas que essa decisão me tirou um peso enorme dos ombros, mas não fiquei tão bem como esperava. Por um lado porque entrar não é certo e a partir de agora só depende da sorte e por outro porque tenho que continuar aqui, neste quarto, nesta amaldiçoada terra... sozinha, até Junho. Comecei a estudar menos mas a minha consciência não deixa de me massacrar, porque eu sou uma rapariga bem comportada que, se não estiver a fazer todos os possíveis para conseguir os melhores resultados sente que não está a cumprir com as suas obrigações. Além disso, não sei que fazer com o tempo livre aqui em Badajoz.
Decidi também que me vou candidatar a Portugal a um curso que já está escolhido e que provavelmente é indicado para mim. Mas se não entrar em Medicina e voltar para Portugal, não sei se vai ser assim tão fácil como agora penso e se não vou passar o resto da minha vida frustrada por não ter ido para Medicina. A verdade é que não quero tentar mais, ou mesmo que tente não quero passar mais tempo à espera sem fazer mais nada sem ser trabalhar para um objectivo que nunca vejo concretizado.
Só sei que cada vez que dou um passo para alcançar este objectivo, a meta final distancia-se dois.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Afinal não sou uma bolacha toda exclusiva e artesanal da Argentina. Hoje o Lucas mostrou-nos como era essa tal de "bolacha":



É UM CROISSANT!!!!

Afinal sou um simplicíssimo croissant... franciú, ainda por cima! O que é que se passa na cabeça destes argentinos para chamarem bolacha a um croissant? E depois vem logo um espanhol dizer que não é croissant pois diz-se cruásan, não tivessem os espanhóis a mania de traduzir tudo e escrever tudo como se lê. Lá lhes expliquei que o croissant era francês e aproveitei logo para ir à Wikipedia e descubrir a história do dito cujo (isto quem não lhe apetece estudar inventa de tudo!). Ora desfrutem:

Croissant

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Croissants
Croissants
Croissant
Croissant

Croissant é uma palavra francesa, que significa crescente. Identifica um pão característico, de massa folhada em formato de meia-lua, feito de farinha, açúcar, sal, leite, fermento, manteiga e ovo para pincelar. Sua origem é atribuida a padeiros de Viena. Conta-se que em 1563, enquanto trabalhavam à noite, estes ouviram o barulho que o inimigo otomano fazia ao cavar um túnel, e ao dar o alarme sobre o que estava acontecendo, conseguiram impedir o êxito do ataque. O formato em crescente seria alusivo à bandeira do Império Otomano.Os franceses ainda hoje chamam este tipo de pão amanteigado de ‘’viennoiserie’’.

Maria Antonieta, originaria de Viena, introduziu e popularizou o croissant na França, a partir de 1770, onde hoje é um elemento tradicional do desjejum matinal com uma boa xícara de café com leite. Os nutricionistas recomendam moderação, no entanto, pois contém metade de seu peso em lipídios.

O segredo do croissant está na massa, que deve ser semifolhada. A massa semifolhada possui menos gorduras, menos dobras e leva fermento biológico. As dobras são as responsáveis pela separação da massa e das camadas de gordura que proporcionam a "folhagem" do croissant. Um bom croissant deve ter um bom aspecto, como uma lua em quarto crescente, com uma crosta crocante e uma bela cor dourada. As pontas devem estar descoladas do meio, e o miolo deve ser alvo, aerado, e mostrar a consistência certa. Os defeitos mais comuns são ser engordurado pelo uso de manteiga ruim; massa com sabor muito doce por utilizar muito açúcar para mascarar ingredientes medíocres; cor sem uniformidade, por defeito do forno.

[editar] Receita

Ingredientes:

65g de manteiga

500g de farinha de trigo

1 ovo

70g de açúcar

35g de fermento biológico fresco

10g de sal

200ml de água

230g de gordura para croissant (manteiga para croissant)


Modo de preparo:

Dissolva o fermento em 10g de açúcar.

Acrescente a água e 150g de farinha de trigo.

Deixe descansar por 15 minutos.

Depois, adicione o restante dos ingredientes, menos a gordura, e sove até obter uma massa lisa.

Deixe a massa descansar e dobrar de tamanho.

Abra-a e coloque a gordura para croissant em 2/3 da massa aberta.

Dobre três vezes. Depois, dobre novamente três vezes.

Deixe a massa descansar por 10 minutos coberta com plástico.

Abre a massa e modele. Pincele com uma gema misturada com água e asse em forno a 200°C até dourar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Momento para descontrair

Vou pôr isto aqui... olhem porque sim!!! Uma das minhas actividades aqui neste fim de mundo é falar num fórum sobre os Arctic Monkeys, mas espanhol, e portanto, com gente espanhola, o que me obriga a praticar o espanhol. E hoje houve uma coisa que me fez rir mesmo muito, sozinha. Há um tópico nesse fórum que consiste em falar do utilizador anterior, ou seja, eu digo alguma coisa sobre quem falou anteriormente e outra pessoa diz algo sobre mim. Claro que só tinha que descambar para a parvoíce, aqui ficam as mensagens de hoje, para terem uma ideia:


lucas





no sabe que en argentina una media luna s una espcie
de galletita artesanal, muy rica por cierto

siLvia




es argentino y a veces dice cosas que nadie más en
el foro entiende Icon_biggrin



MeiaLua







es española y a veces dice cosas que yo no
entiendo :p



Scummy Man




Es una galleta artesanal que a veces no entiende lo
que dice la gente, pero es muy maja Icon_wink


Para quem não tenha percebido o meu nick é MeiaLua e na Argentina, terra do Lucas, há uma bolacha artesanal que se chama Media Luna e portanto, pela teoria do Scummy Man eu sou uma bolacha artesanal! E é isto meus senhores... agora volto ao estudo de sintaxe espanhola!

Demasiado dificil

Pela primeira vez, em quatro meses, comecei a pensar que não vou aguentar. Não é que seja demasiado difícil... já sabem qual a minha opinião acerca de desistir por achar algo difícil. A verdade é que começo a ficar doente. Faltam-me quatro meses e o meu corpo, a minha cabeça e o meu espírito começam a dar de si. Acho que vou chegar a Junho com, no mínimo, um esgotamento nervoso. Sim, porque sentirmo-nos doentes por acordar, por dormir, por comer, por respirar, por simplesmente existir, parece-me sintoma de um esgotamento nervoso ou coisa que o valha. É demasiado. Demasiado esforço, demasiadas escolhas, demasiada solidão neste quarto e uma pressão tão grande que me sinto esmagada. E não posso baixar o ritmo porque se não, não entro em Medicina, e para o ano terei outro ano como este e nunca mais terei descanso. Anseio para que chegue Junho e para que possa apagar este ano do calendário e tudo o que ele trouxe. Guardarei meia-dúzia de pessoas (não mais, por certo, porque amigos novos não têm sido uma constante), e os escassísimos bons momentos com os meus amigos e família, guardarei o bom e o resto (99%, para aí) fora!!! Mas não sei, tenho sérias dúvidas, se aguentarei até Junho. Porque a saúde começa a dar de si, o discernimento mental, a sanidade e todas essas coisas importantes começam a desaparecer. Porque estou deprimidíssima, todos os dias, neste quarto, sempre neste quatro, sempre com estes livros. Porque estou tão profundamente cansada...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

As Janelas do Meu Quarto

Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto,
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.

Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.

Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.

Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.

Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.

Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala,
à semelhança das ondas.

Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,

e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,

e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,

todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.

Oh janelas do meu quarto,
que vos pudesse rasgar !
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.

António Gedeão

Há pessoas que vivem em quartos sem janelas e há pessoas que não abrem as poucas que têm. E eu quero sair do meu quarto para ver o Mundo sem ser através dos quadrados das minhas janelas.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

IMPORTANTE - Exames Espanhóis

Até hoje nunca apareceu aqui ninguém à procura de informações mas como sei que elas são escassas e sei que é muito desesperante ter muitas informações, tantas e tão confusas, e nenhuma certeza, vou deixar aquilo que acabou de sair no site da UNED sobre os exames Convalidables (é a opção que vou escolher):

LUGARES Y PLAZOS DE MATRÍCULA
(convocatoria de Junio) 2008

LA MATRÍCULA PARA LA REALIZACIÓN DE LA PRUEBA DE SELECTIVIDAD EN CENTROS NACIONALES (SITUADOS EN ESPAÑA) SE REALIZARÁ EXCLUSIVAMENTE A TRAVÉS DE ESTA PÁGINA DE INTERNET.

PLAZO DE MATRÍCULA: DEL 1 AL 30 DE ABRIL DE 2008

LA MATRÍCULA PARA LA REALIZACIÓN DE LA PRUEBA DE SELECTIVIDAD EN CENTROS EN EL EXTRANJERO SE REALIZARÁ EN LOS LUGARES DE MATRÍCULA DESGLOSADOS EN EL APARTADO CORRESPONDIENTE.


FECHAS Y CENTROS DE EXÁMENES EN ESPAÑA

LOS DÍAS DE EXÁMEN SERÁN LOS DÍAS 29 y 30 de MAYO

  • ELCHE (CENTRO ASOCIADO DE LA UNED) C/ Candalix, s/n 03202- ELCHE/ELX (ALICANTE/ALACANT) Tfno: 96 6610000 / Fax: 966612000 email: info@elx.uned.es
  • LAS PALMAS (CENTRO ASOCIADO DE LA UNED) C/Luis Doreste Silva, 101, 4ª Planta 35004- LAS PALMAS DE GRAN CANARIA Tfno: 928 231177 / Fax: 928247503 email: info@laspalmas.uned.es
  • MÁLAGA (C.A. Mª Zambrano) C/ Sherlock Holmes, 4 29006 - MÁLAGA Tfno: 952 363295-97 / Fax: 952362380 email: info@malaga.uned.es
    MALAGA MAÑANA (9:00H): CONVALIDABLES CIENCIAS Y LOGSE
    MALAGA TARDE (16:00H): CONVALIDABLES LETRAS
  • MADRID CENTRO ASOCIADO DE LA UNED-CAMPUS LAS ROZAS CTRA. LAS ROZAS-EL ESCORIAL KM 5, 28030 LAS ROZAS -MADRID
    MADRID MAÑANA (9:00H): CONVALIDABLES CIENCIAS Y LOGSE
    MADRID TARDE (16:00H): CONVALIDABLES LETRAS

  • PALMA DE MALLORCA (CENTRO ASOCIADO DE LA UNED) Ed. Guillem Mesquida. Camí Roig, s/n S'Indioteria- Polígono son Castelló 07009 - PALMA DE MALLORCA (BALEARES) Tfno: 971 434546 / Fax: 971 434547 email:info@palma.uned.es
  • VALENCIA (C.A. Francisco Tomas y Valiente) C/Casa de la Misericordia, nº 34 46014 - VALENCIA Tfno: 96 3707812 / 963707513 / Fax: 963502711 email: info@valencia.uned.es
  • LA SEO DE URGEL (CENTRO ASOCIADO DE LA UNED) Plaza de las Monjas, 1 - 2ª planta 25700- LA SEU D'URGELL (LERIDA/LLEIDA) Tno: 973 351619 / FAX: 973351938 email: info@seu-durgell.uned.es
  • TARRASA (Centro Asociado de la UNED) C/ Colón 114-2. Edificio "Vapor Universitari" 08222 TARRASA - BARCELONA Tfno.: 937314933 Fax: 937314956 email: info@terrassa.uned.es
    TARRASA MAÑANA (9:00H): CONVALIDABLES CIENCIAS Y LOGSE
    TARRASA TARDE (16:00H): CONVALIDABLES LETRAS
Fonte:
http://portal.uned.es/

Mais um desafio alcançado

É bom, é tão bom, descobrir que temos capacidade inata para algo... como um dom. Como quando começamos a fazer alguma coisa pela primeira vez e, não sabendo como vai sair, constatamos que somos mesmo bons naquilo. Eu descobri que tinha um dom para a sintaxe. Ou pelo menos assim parece. Quando comecei a estudar sintaxe a sério, aqui em Espanha (em Portugal nunca estudei sintaxe a sério) descobri que era um tipo de lógica que me agradava, como resolver problemas de química ou matrizes. Podia passar horas naquilo. Depois a Lupe disse-me que eu tinha realmente um dom para a sintaxe e de facto nunca precisei de me esforçar muito para que as coisas que parecem difíceis aos outros me pareçam claras e lógicas. É bom descobrir um dom.
Mas hoje descobri que bom mesmo é aceitar um desafio e, com esforço e trabalho, alcançar um objectivo difícil. Melhor que nascer com uma capacidade inata é adquirir uma capacidade difícil com esforço e suor. Eu andava há uns meses a fazer os comentários/resumos/estruturas de texto que a Lupe nos pedia e nunca estavam bem, embora estivessem satisfatórios. Não os sabia fazer, não tinha percebido como se faziam e isso andava-me a chatear porque é a parte que conta mais do exame de Castelhano que, por sua vez, é aquele que conta mais de todos os exames. Hoje recebi o último que fiz e para o qual trabalhei muito com um ¡Excelente! no fim e um belo comentário da professora. Senti, finalmente, o doce sabor do dever cumprido... do desafio alcançado. Talvez o maior desafio desde que para aqui vim.





quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Tããããã lindo!



COLOR ESPERANZA - Diego Torres

Sé que hay en tus ojos con solo mirar,
que estas cansado de andar y de andar,
y caminar, girando siempre en un lugar.

Sé que las ventanas se pueden abrir,
cambiar el aire depende de ti,
te ayudará, vale la pena una vez más.

Saber que se puede querer que se pueda,
quitarse los miedos sacarlos afuera,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.

Es mejor perderse que nunca embarcar,
mejor tentarse a dejar de intentar,
aunque ya ves, que no es tan fácil empezar.

Sé que lo imposible se puede lograr,
que la tristeza algún día se irá,
y así será, la vida cambia y cambiará.

Sentirás que el alma vuela,
por cantar una vez más.

Saber que se puede querer que se pueda,
quitarse los miedos sacarlos afuera,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.
Saber que se puede querer que se pueda,
quitarse los miedos sacarlos afuera,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.

Vale más poder brillar,
que solo buscar, ver el sol.

Pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.
Saber que se puede querer que se pueda,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.

Saber que se puede querer que se pueda,
quitarse los miedos sacarlos afuera,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.
Saber que se puede querer que se pueda,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.

Saber que se puede querer que se pueda,
quitarse los miedos sacarlos afuera,
pintarse la cara color esperanza,
tentar al futuro con el corazón.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Back to work

Depois de umas férias preciosas de: descanso, família, violino, ensaios, sorrisos, saudades, matar saudades, amigos, saudades outra vez, amigos, saudades outra vez, amigos, saudades outra vez, amigos, natal, algarve, pictionary, bom pêlo, praia, champanhe, dançar, autocarro, café, chinês, concerto, estudar só um bocadinho, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, amigos, muitas saudades outra vez... chegou a altura de me lembrar disto, outra vez:

«Estava tudo por fazer. E, para o conseguir, teria de se esforçar. Sim. Nunca a vida lhe parecera tão sobrecarregada e preciosa.»



Laurent Gaudé, O Sol dos Scorta