terça-feira, 18 de dezembro de 2007

É em tempo de mudanças, preferencialmente das grandes, que as circunstancias nos trazem novos amigos e nos afastam de outros com quem até então partilhávamos parte da nossa vida. Mas nas grandes mudanças não é necessario que haja separação, nos dias de hoje distancia não significa necessariamente afastamento e eu sei-o, por experiência própria.
Atravesso a maior mudança da minha vida até então, foi uma mudança tão grande que até de país mudei. Pode não significar muito, podem dizer-me que quem foi para Lisboa está, de facto, mais longe das origens que eu. Mas estar noutro país, ainda que a uma hora de casa, significa muito. Significa, por exemplo, gastar 100 paus para mandar uma mensagem a um amigo, gastar muito mais para lhe ligar, ter que arrajar alternativas para entrar em contacto o maior número de vezes possivel. Mas, para mim, significa arranja-las mesmo! A conversa do "eu vou para longe, mas não vamos deixar de nos falar" não significa, como significa em muitos casos e para muitas pessoas "agora vou para longe e qualquer dia volto a ligar-te para saber como estás e dar notícias". Eu sinto muita falta dos meus amigos (nem vou entrar pelo campo da familia porque isso parece-me óbvio). Estive habituada a vê-los todos os dias e separar-me deles foi um choque e tanto. Mas arranjei, como sabia que teria que arranjar, outras maneiras para falar com eles e chegar ao fim-de-semana, completamente desfeita pela semana de trabalho, e arranjar forças sabe-se lá de onde para sair de casa no mais horrível dos frios e ir reencontrá-los. E esses são os melhores momentos da minha semana, de todas as semanas, ainda que descanse menos umas horas para os ter. E eles também.
Como já disse, combater a distância depende da vontade de ambas as parte e do empenho que têm nisso. Quando vim para Espanha, os meus amigos esqueceram-se das sms grátis e das promoções da TMN e começaram a mandar-me sms a 50 ou 60 centimos cada, esqueceram-se do que custa ligar para um número espanhol, porque de facto queriam falar comigo, queriam mandar-me uma mensagem. E vejo-os, com grande alivio e prazer, sentir tanto saudades minhas como eu deles. Mas saudade verdadeira, aquela saudade que quando a sentimos procuramos todas as formas de comunicar com o outro, de encurtar a distancia um bocadinho que seja, saudade que se revela em cada sms, em cada vez que me telefonam, em cada vez que falam comigo na net, em cada fim-de-semana que nos reencontramos. Porque a saudade, assim como a amizade, o carinho e o amor, demonstram-se.
Sempre, em tempos de mudança, há pessoas, coisas e situações que ficam para trás. É inevitável. Mas é incrível como apanhamos as maiores surpresas. Como nunca esperámos que aquela pessoa se afastasse tanto sem nunca mais fazer uma tentativa para matar as saudades, apesar das nossas investidas. É nestes momentos que as palavras são ocas. Dizer "Gosto muito de ti e tenho saudades" não significa nada se não tentarmos matá-las na primeira oportunidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora Eborae Mvsica

A Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora Eborae Mvsica (ou seja, nós) vai dar um concerto de ano novo dia 6 de Janeiro de 2008, pelas 18h00, no Teatro Garcia de Resende. Estão todos convidados a aparecer bem como a passar a palavra! Aqui fica o cartaz todo catita:




Mais informações destes concertos e dos outros todos no site do Eborae Mvsica

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

São escolhas

A escolha primeira de ir para Espanha estudar não foi a única nem a mais dificil que tenho que tomar neste meu caminho. Nem por sombras. Quando acabar este meu ano, supondo que entro em Medicina, há que escolher para onde quero ir viver, pelo menos, os próximos dez anos da minha vida. Se perguntarem isso a qualquer pessoa da minha turma, qualquer um deles lhes dirá "Badajoz, logicamente!". Pois para mim, é bem mais complicado que isso. Eu não quero ficar em Badajoz porque Badajoz não me faz feliz e quando digo isto a qualquer um deles eles olham para mim como se eu fosse um bicho ou como se sofresse de uma doença muito rara e muito contagiosa. Mas as pessoas não têm os mesmos objectivos, as mesmas ambições, as mesmas espectativas... não esperam o mesmo da vida. A maioria deles espera estrar em Medicina e ficar perto de casa... e só! Eu espero muito mais da vida e isso cria-me grandes problemas.
O que se passa é que Badajoz é, sim senhor, a uma hora de Évora e portanto a uma hora de casa, da minha familia, dos meus amigos, das minhas raízes. E isso deveria-me chegar para eu querer passar o resto da minha juventude em Badajoz, mas não chega. Não chega, porque me educaram para esperar mais da vida, para aproveitar o que ela tem de mais extraordinário sem me satisfazer com uma parte da felicidade. O meu único objectivo num futuro próximo não é entrar em Medicina, embora esse seja o maior. É também, e já era há muitos anos, viver num sitio que me podesse oferecer um estilo de vida que me permitisse aproveitar a minha juventude ao máximo. Passei alguns anos da minha vida a fazer muitos quilómetros para ir ver concertos que me agradassem, exposições, peças de teatro e durante todo esse tempo desejei chegar ao ponto da minha vida em que pudesse sair de Évora para ir viver num sitio que me pudesse oferecer isso todos os dias. Badajoz não é esse sitio.
Fui a Barcelona este fim-de-semana e apaixonei-me. Mas Barcelona é muito longe de casa e se em Junho entrar e decidir ir para Barcelona vai ser mais um aventura, desta vez maior. Só de pensar nisso fico com medo, é verdade! Mas também sei que não posso deixar que isso me afaste desses objectivos. Além disso, durante estes últimos anos aprendi que a distancia combate-se desde que haja vontade de ambas as partes. Tenho medo, demasiado medo de perder uma parte de tudo o que ganhei nesta vida ao ir-me embora daqui mas sei, no mais intimo de mim, que não posso deixar fugir esta vontade enorme de ir viver para um sitio assim porque daqui a uns anos vou-me arrepender muito e aí já não vai haver volta a dar, pois já não vou ter 18 anos. Se deixar fugir esta vontade, se não tiver coragem para cumprir aquilo a que acho que estou destinada, vou-me desiludir a mim própria.
Para já fico por Badajoz, uma frustração de cidade é certo, mas vou aproveitando a companhia de quem tanto gosto e a curta distancia que nos separa. Em Junho espero ter nota para entrar em Medicina mas não em Badajoz, assim a escolha é bem mais fácil!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

¡ QUEDA PROHIBIDO !

¿ Qué es lo verdaderamente importante?,
busco en mi interior la respuesta,
y me es tan difícil de encontrar.
Falsas ideas invaden mi mente,
acostumbrada a enmascarar lo que no entiende,
aturdida en un mundo de irreales ilusiones,
donde la vanidad, el miedo, la riqueza,
la violencia, el odio, la indiferencia,
se convierten en adorados héroes,
¡ no me extraña que exista tanta confusión,
tanta lejanía de todo, tanta desilusión!.

Me preguntas cómo se puede ser feliz,
cómo entre tanta mentira puede uno convivir,
cada cual es quien se tiene que responder,
aunque para mí, aquí, ahora y para siempre:

Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarme un día sin saber qué hacer,
tener miedo a mis recuerdos,
sentirme sólo alguna vez.


Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quiero,
abandonarlo todo por tener miedo,
no convertir en realidad mis sueños
.

Queda prohibido no demostrarte mi amor,
hacer que pagues mis dudas y mi mal humor,
inventarme cosas que nunca ocurrieron,
recordarte sólo cuando no te tengo.

Queda prohibido dejar a mis amigos,
no intentar comprender lo que vivimos,
llamarles sólo cuando los necesito,
no ver que también nosotros somos distintos.

Queda prohibido no ser yo ante la gente,
fingir ante las personas que no me importan,
hacerme el gracioso con tal de que me recuerden,
olvidar a todos aquellos que me quieren.

Queda prohibido no hacer las cosas por mí mismo,
no creer en mi dios y hallar mi destino,
tener miedo a la vida y a sus castigos,
no vivir cada día como si fuera un último suspiro.

Queda prohibido echarte de menos sin alegrarme,
odiar los momentos que me hicieron quererte,
todo porque nuestros caminos han dejado de abrazarse,
olvidar nuestro pasado y pagarlo con nuestro presente.

Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen más que la mía,
no saber que cada uno tiene su camino y su dicha,
sentir que con su falta el mundo se termina.

Queda prohibido no crear mi historia,
dejar de dar las gracias a mi familia por mi vida,
no tener un momento para la gente que me necesita,
no comprender que lo que la vida nos da, también nos lo quita.

Alfredo Cuervo Barrero.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007