É em tempo de mudanças, preferencialmente das grandes, que as circunstancias nos trazem novos amigos e nos afastam de outros com quem até então partilhávamos parte da nossa vida. Mas nas grandes mudanças não é necessario que haja separação, nos dias de hoje distancia não significa necessariamente afastamento e eu sei-o, por experiência própria.
Atravesso a maior mudança da minha vida até então, foi uma mudança tão grande que até de país mudei. Pode não significar muito, podem dizer-me que quem foi para Lisboa está, de facto, mais longe das origens que eu. Mas estar noutro país, ainda que a uma hora de casa, significa muito. Significa, por exemplo, gastar 100 paus para mandar uma mensagem a um amigo, gastar muito mais para lhe ligar, ter que arrajar alternativas para entrar em contacto o maior número de vezes possivel. Mas, para mim, significa arranja-las mesmo! A conversa do "eu vou para longe, mas não vamos deixar de nos falar" não significa, como significa em muitos casos e para muitas pessoas "agora vou para longe e qualquer dia volto a ligar-te para saber como estás e dar notícias". Eu sinto muita falta dos meus amigos (nem vou entrar pelo campo da familia porque isso parece-me óbvio). Estive habituada a vê-los todos os dias e separar-me deles foi um choque e tanto. Mas arranjei, como sabia que teria que arranjar, outras maneiras para falar com eles e chegar ao fim-de-semana, completamente desfeita pela semana de trabalho, e arranjar forças sabe-se lá de onde para sair de casa no mais horrível dos frios e ir reencontrá-los. E esses são os melhores momentos da minha semana, de todas as semanas, ainda que descanse menos umas horas para os ter. E eles também.
Como já disse, combater a distância depende da vontade de ambas as parte e do empenho que têm nisso. Quando vim para Espanha, os meus amigos esqueceram-se das sms grátis e das promoções da TMN e começaram a mandar-me sms a 50 ou 60 centimos cada, esqueceram-se do que custa ligar para um número espanhol, porque de facto queriam falar comigo, queriam mandar-me uma mensagem. E vejo-os, com grande alivio e prazer, sentir tanto saudades minhas como eu deles. Mas saudade verdadeira, aquela saudade que quando a sentimos procuramos todas as formas de comunicar com o outro, de encurtar a distancia um bocadinho que seja, saudade que se revela em cada sms, em cada vez que me telefonam, em cada vez que falam comigo na net, em cada fim-de-semana que nos reencontramos. Porque a saudade, assim como a amizade, o carinho e o amor, demonstram-se.
Sempre, em tempos de mudança, há pessoas, coisas e situações que ficam para trás. É inevitável. Mas é incrível como apanhamos as maiores surpresas. Como nunca esperámos que aquela pessoa se afastasse tanto sem nunca mais fazer uma tentativa para matar as saudades, apesar das nossas investidas. É nestes momentos que as palavras são ocas. Dizer "Gosto muito de ti e tenho saudades" não significa nada se não tentarmos matá-las na primeira oportunidade.
Atravesso a maior mudança da minha vida até então, foi uma mudança tão grande que até de país mudei. Pode não significar muito, podem dizer-me que quem foi para Lisboa está, de facto, mais longe das origens que eu. Mas estar noutro país, ainda que a uma hora de casa, significa muito. Significa, por exemplo, gastar 100 paus para mandar uma mensagem a um amigo, gastar muito mais para lhe ligar, ter que arrajar alternativas para entrar em contacto o maior número de vezes possivel. Mas, para mim, significa arranja-las mesmo! A conversa do "eu vou para longe, mas não vamos deixar de nos falar" não significa, como significa em muitos casos e para muitas pessoas "agora vou para longe e qualquer dia volto a ligar-te para saber como estás e dar notícias". Eu sinto muita falta dos meus amigos (nem vou entrar pelo campo da familia porque isso parece-me óbvio). Estive habituada a vê-los todos os dias e separar-me deles foi um choque e tanto. Mas arranjei, como sabia que teria que arranjar, outras maneiras para falar com eles e chegar ao fim-de-semana, completamente desfeita pela semana de trabalho, e arranjar forças sabe-se lá de onde para sair de casa no mais horrível dos frios e ir reencontrá-los. E esses são os melhores momentos da minha semana, de todas as semanas, ainda que descanse menos umas horas para os ter. E eles também.
Como já disse, combater a distância depende da vontade de ambas as parte e do empenho que têm nisso. Quando vim para Espanha, os meus amigos esqueceram-se das sms grátis e das promoções da TMN e começaram a mandar-me sms a 50 ou 60 centimos cada, esqueceram-se do que custa ligar para um número espanhol, porque de facto queriam falar comigo, queriam mandar-me uma mensagem. E vejo-os, com grande alivio e prazer, sentir tanto saudades minhas como eu deles. Mas saudade verdadeira, aquela saudade que quando a sentimos procuramos todas as formas de comunicar com o outro, de encurtar a distancia um bocadinho que seja, saudade que se revela em cada sms, em cada vez que me telefonam, em cada vez que falam comigo na net, em cada fim-de-semana que nos reencontramos. Porque a saudade, assim como a amizade, o carinho e o amor, demonstram-se.
Sempre, em tempos de mudança, há pessoas, coisas e situações que ficam para trás. É inevitável. Mas é incrível como apanhamos as maiores surpresas. Como nunca esperámos que aquela pessoa se afastasse tanto sem nunca mais fazer uma tentativa para matar as saudades, apesar das nossas investidas. É nestes momentos que as palavras são ocas. Dizer "Gosto muito de ti e tenho saudades" não significa nada se não tentarmos matá-las na primeira oportunidade.