Olá gente!
Vocês devem-se estar todos a perguntar o que é feito de mim. A verdade é que tenho tido alguns problemazinhos (inhos!!!) com a net cá em casa e ao fim-de-semana, já se sabe, é sempre para tentar aproveitar ao máximo. Não temos net basicamente há uma semana porque a Telefónica é una mierda e não sabemos quando vamos ter. Estamos a pagar entretanto, mas não conseguimos falar com o apoio técnico nem nada. Enfim, é só stresses! Andamos a roubar a net ao vizinho (bendito PedroJB) mas mesmo isso só dá em raros momentos.
Já temos uma nova companheira de casa. Antes desta tivemos outra durante um dia e uma noite, na primeira semana em que deixei de aqui escrever, e que por acaso até foi a pior semana da minha vida. Vamos passar esse episódio à frente porque vocês não precisam de saber de desgraças. A nossa nova companheira é a Mónica (portuguesa! Tivemos alta sorte), tem 25 anos e trabalha no Centro Hípico de Badajoz. Tirou o curso em Elvas e os pais estão a viver no norte de Espanha. Mudou-se cá para casa de armas e bagagens o que para nós é óptimo sinal, já que quer dizer que quer mesmo cá ficar e que desta vez não deve haver grandes confusões.
O trabalho continua a um ritmo estrondoso. A semana passada levamos com um discurso da Lupe que eu adorava ter gravado, para poder ouvir todos os dias. Nós queixamo-nos que não tínhamos tempo para estudar tudo e daí a conversa passou para “Estamos cansados! Temos sono! Vocês mandam muitos trabalhos” e outras coisas que tais. Vou tentar reproduzir o que ela nos disse, mas só ouvindo! Disse que nós íamos sempre sentirmo-nos asfixiados com o trabalho mas que, quer acreditássemos quer não, essas são as alturas em que temos mais tempo. Que esta foi uma escolha nossa e que é completamente paralelo ao secundário ou à universidade, que não podemos estar à espera de ter momentos de descanso, de lazer e de diversão como se ainda estivéssemos no secundário ou como se já estivéssemos na universidade. É um ano em que temos que mudar as nossas prioridades por completo. Estamos ali para ser os melhores dos melhores e que quem não tinha capacidades e preparação já não estava ali (nas ultimas semanas foram caindo como tordos).
Disse-nos muitas mais coisas que eu tenho pena de não conseguir reproduzir devidamente aqui. Foi como um abanão horroroso na altura, apesar de fazer todo o sentido. Eu já sabia aquilo tudo, todos sabíamos. Mas esta responsabilidade que este ano estamos a tomar em braços é tão só nossa e é tão grande que sempre que alguém nos chama a ela é como que um balde de água fria. Sabemos que não depende de mais ninguém e, mais importante, sabemos que não vamos ter outra oportunidade de nos tornarmos no que ambicionamos, de concretizarmos aquilo que vai ser uma grande parte da nossa realização pessoal. Sabemos que, depois disto, não há mais nada e, por isso mesmo, tudo tem que correr bem até ao último pormenor. Por isso temos que ser os melhores dos melhores… em tudo!
Quando vim para aqui e depois de me estabelecer, de entrar no ritmo, senti-me como um comboio a entrar nos carris que o levarão ao caminho correcto. A força que sinto todos os dias é enorme. Não exito por um momento na altura de passar 12, 13 ou 14 horas a estudar por dia. Faço e cumpro tudo como uma máquina, sem quebras de ritmo. Tenho perfeita noção que é um pouco desumano a forma como fazemos tudo (não há outra forma de o fazer), mas enquanto o faço não me queixo por um instante. Meto no modo automático e lá vou eu. Sei que é isto, é mesmo isto que é preciso. Não vos sei explicar o que sinto e sei que nunca ficarão a sabe-lo com clareza. É uma força que não é preciso criar. Não preciso de acordar todos os dias e arranjar forças. Cumpro como uma máquina, acho que é de facto a melhor comparação. No fim do dia queixo-me, estou desfeita e farto-me de reclamar com os quilos de trabalho. Mas enquanto trabalho não me sai um único queixume.
Tenho pena de perder tanto tempo que dantes tinha para outras coisas. Fico sempre triste por não ter tempo nem para dar uma palavra aos meus amigos. Tenho pena por só conseguir tocar violino ao fim de semana. Já não tenho tempo para o teatro, experimentei-o este fim-de-semana e sei agora melhor que nunca, que assim não dá. Ir a Ovar fazer uma peça trocou-me o ritmo todo. O fim-de-semana é a altura em que descanso, a única altura. Durante a semana posso dormir mas nunca descanso, sem ser nessas horas. O fim-de-semana é a altura de estar com os amigos e com a minha família e também de estudar mais um pouco. Fui fazer a peça a Ovar e mesmo indo e voltando no mesmo dia já não descansei devidamente, não estudei e muito menos tive com os meus amigos. Sim, este ano é uma total mudança de prioridades. Tenho pena, mesmo muita, mas já sabia que ia ser assim. Avisei, fartei-me de avisar e ninguém me levou a sério, como já me vou habituando. O muito pouco tempo livre é difícil de gerir e não pretendo abrir mão do tempo que posso passar com os meus amigos e família.
Foi uma escolha, totalmente minha e a mais séria e mais difícil da minha vida, vir para aqui. Das pessoas que gostam de mim só posso esperar que compreendam e que me recebam bem sempre que tiver um momento para eles e dos outros, bem dos outros não posso esperar grande coisa… nem quero.
Depois deste testamento enorme que acabou por ser só conversa da treta e que não posso postar porque a net do JB não está para conversas connosco, vou estudar espanhol.
Beijos grandes!* Não deixem de cá vir ainda que eu deixe posts raramente.
Vocês devem-se estar todos a perguntar o que é feito de mim. A verdade é que tenho tido alguns problemazinhos (inhos!!!) com a net cá em casa e ao fim-de-semana, já se sabe, é sempre para tentar aproveitar ao máximo. Não temos net basicamente há uma semana porque a Telefónica é una mierda e não sabemos quando vamos ter. Estamos a pagar entretanto, mas não conseguimos falar com o apoio técnico nem nada. Enfim, é só stresses! Andamos a roubar a net ao vizinho (bendito PedroJB) mas mesmo isso só dá em raros momentos.
Já temos uma nova companheira de casa. Antes desta tivemos outra durante um dia e uma noite, na primeira semana em que deixei de aqui escrever, e que por acaso até foi a pior semana da minha vida. Vamos passar esse episódio à frente porque vocês não precisam de saber de desgraças. A nossa nova companheira é a Mónica (portuguesa! Tivemos alta sorte), tem 25 anos e trabalha no Centro Hípico de Badajoz. Tirou o curso em Elvas e os pais estão a viver no norte de Espanha. Mudou-se cá para casa de armas e bagagens o que para nós é óptimo sinal, já que quer dizer que quer mesmo cá ficar e que desta vez não deve haver grandes confusões.
O trabalho continua a um ritmo estrondoso. A semana passada levamos com um discurso da Lupe que eu adorava ter gravado, para poder ouvir todos os dias. Nós queixamo-nos que não tínhamos tempo para estudar tudo e daí a conversa passou para “Estamos cansados! Temos sono! Vocês mandam muitos trabalhos” e outras coisas que tais. Vou tentar reproduzir o que ela nos disse, mas só ouvindo! Disse que nós íamos sempre sentirmo-nos asfixiados com o trabalho mas que, quer acreditássemos quer não, essas são as alturas em que temos mais tempo. Que esta foi uma escolha nossa e que é completamente paralelo ao secundário ou à universidade, que não podemos estar à espera de ter momentos de descanso, de lazer e de diversão como se ainda estivéssemos no secundário ou como se já estivéssemos na universidade. É um ano em que temos que mudar as nossas prioridades por completo. Estamos ali para ser os melhores dos melhores e que quem não tinha capacidades e preparação já não estava ali (nas ultimas semanas foram caindo como tordos).
Disse-nos muitas mais coisas que eu tenho pena de não conseguir reproduzir devidamente aqui. Foi como um abanão horroroso na altura, apesar de fazer todo o sentido. Eu já sabia aquilo tudo, todos sabíamos. Mas esta responsabilidade que este ano estamos a tomar em braços é tão só nossa e é tão grande que sempre que alguém nos chama a ela é como que um balde de água fria. Sabemos que não depende de mais ninguém e, mais importante, sabemos que não vamos ter outra oportunidade de nos tornarmos no que ambicionamos, de concretizarmos aquilo que vai ser uma grande parte da nossa realização pessoal. Sabemos que, depois disto, não há mais nada e, por isso mesmo, tudo tem que correr bem até ao último pormenor. Por isso temos que ser os melhores dos melhores… em tudo!
Quando vim para aqui e depois de me estabelecer, de entrar no ritmo, senti-me como um comboio a entrar nos carris que o levarão ao caminho correcto. A força que sinto todos os dias é enorme. Não exito por um momento na altura de passar 12, 13 ou 14 horas a estudar por dia. Faço e cumpro tudo como uma máquina, sem quebras de ritmo. Tenho perfeita noção que é um pouco desumano a forma como fazemos tudo (não há outra forma de o fazer), mas enquanto o faço não me queixo por um instante. Meto no modo automático e lá vou eu. Sei que é isto, é mesmo isto que é preciso. Não vos sei explicar o que sinto e sei que nunca ficarão a sabe-lo com clareza. É uma força que não é preciso criar. Não preciso de acordar todos os dias e arranjar forças. Cumpro como uma máquina, acho que é de facto a melhor comparação. No fim do dia queixo-me, estou desfeita e farto-me de reclamar com os quilos de trabalho. Mas enquanto trabalho não me sai um único queixume.
Tenho pena de perder tanto tempo que dantes tinha para outras coisas. Fico sempre triste por não ter tempo nem para dar uma palavra aos meus amigos. Tenho pena por só conseguir tocar violino ao fim de semana. Já não tenho tempo para o teatro, experimentei-o este fim-de-semana e sei agora melhor que nunca, que assim não dá. Ir a Ovar fazer uma peça trocou-me o ritmo todo. O fim-de-semana é a altura em que descanso, a única altura. Durante a semana posso dormir mas nunca descanso, sem ser nessas horas. O fim-de-semana é a altura de estar com os amigos e com a minha família e também de estudar mais um pouco. Fui fazer a peça a Ovar e mesmo indo e voltando no mesmo dia já não descansei devidamente, não estudei e muito menos tive com os meus amigos. Sim, este ano é uma total mudança de prioridades. Tenho pena, mesmo muita, mas já sabia que ia ser assim. Avisei, fartei-me de avisar e ninguém me levou a sério, como já me vou habituando. O muito pouco tempo livre é difícil de gerir e não pretendo abrir mão do tempo que posso passar com os meus amigos e família.
Foi uma escolha, totalmente minha e a mais séria e mais difícil da minha vida, vir para aqui. Das pessoas que gostam de mim só posso esperar que compreendam e que me recebam bem sempre que tiver um momento para eles e dos outros, bem dos outros não posso esperar grande coisa… nem quero.
Depois deste testamento enorme que acabou por ser só conversa da treta e que não posso postar porque a net do JB não está para conversas connosco, vou estudar espanhol.
Beijos grandes!* Não deixem de cá vir ainda que eu deixe posts raramente.